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VAMOS INDO, VAMOS INDO

VAMOS INDO, VAMOS INDO
VAMOS INDO DEVAGAR
VAMOS INDO, VAMOS INDO
VAMOS INDO DEVAGAR
VAMOS INDO NA CIRANDA
OI CADA QUAL COM O SEU PAR
OI NA CIRANDA CADA QUAL COM O SEU PAR...
BALANCEIA NA CIRANDA
VAMOS NÓS BALANCEAR
OI BALANCEIA VAMOS NÓS BALANCEAR
VAMOS DAR A MEIA VOLTA
VOLTA E MEIA VAMOS DAR
A OUTRA MEIA CAVALHEIRO TROCA O PAR

A CIRANDA ME PEDIU
DA CANA-VERDE UMA FOLHA
A CIRANDA ME PEDIU
DA CANA-VERDE UMA FOLHA
AQUI TRAGO UM PUNHADO
PARA QUE A SENHORA ESCOLHA
OI UM PUNHADO PARA QUE A SENHORA ESCOLHA
BALANCEIA NA CIRANDA
VAMOS NÓS BALANCEAR
OI BALANCEIA VAMOS NÓS BALANCEAR
VAMOS DAR A MEIA VOLTA
VOLTA E MEIA VAMOS DAR
A OUTRA MEIA QUEM TÁ BEM DEIXA FICAR....



A CIRANDA COMO INSTRUMENTO DE RESISTÊNCIA

Viola nova foi João da Matta quem fez,
minha ciranda veio de Angra dos Reis...
Domínio popular.

Assim proseiam os Coroas Cirandeiros, um interessante grupo de ciranda de Paraty, belíssima cidade história do sul-fluminense. Os dois versos expostos acima falam de um tal João da Matta, fazedor de viola e de uma ciranda que, pelo menos em Angra dos Reis, não existe mais. Os versos de ciranda que escolhemos para este trabalho são da Ciranda de Paraty, que também é cantada pelos Cirandeiros de Tarituba. A ciranda, a exemplo da cana-verde, também tem sua origem em torno das festas que comemoram as boas colheitas.

Conta-nos Veríssimo de Melo (1985) que em Portugal ela aparece ligada à cultura da azeitona. Aqui é encontrada com mais facilidade entre os caiçaras, logo uma atividade de pescadores e, portanto, um festivo agradecimento à natureza pelos bons resultados da pesca. A ciranda, segundo Professora Cáscia Frade, normalmente é acompanhada por um grupo musical composto por seis ou sete músicos tocadores de um instrumental muito simples: cavaquinho, viola e violão, pandeiros, adufes e mancado, um caixote de madeira percutido por dois tamancos que o tocador enfia nas mãos como se as quisesse calçá-las.

A outra modalidade de ciranda, inclusive a mais conhecida pelos brasileiros, vem do nordeste. Mais precisamente da Zona da Mata e do litoral de Pernambuco, onde a dança é executada em roda, fazendo um movimento imitativo das ondas do mar. As pessoas de mãos dadas vão para frente e para trás, acompanhando o ritmo de um tambor chamado bombo, instrumento muito simples que acompanha a linha de pessoas que dançam a ciranda. A mais célebre das canções nordestinas para a ciranda é a Ciranda de Lia, composta por Antonio Baracho da Silva para uma Lia que morava em Itamaracá e dava a vida por uma boa roda de ciranda.

Eu estava na beira da praia
Ouvindo as pancadas das águas do mar
Esta ciranda quem me deu foi Lia
Que mora na ilha de Itamaracá...


No que se refere ao conteúdo das letras das canções, percebe-se que grande parte delas trata dos hábitos e costumes dos povos habitantes do litoral brasileiro. Não estamos querendo dizer com isso que em outras regiões do país não se realizem bailes de ciranda. No entanto temos clareza de que a concentração desse tipo de folguedo é maior ao longo de nosso extenso litoral. No Estado do Rio de Janeiro, sua presença é mais notada na região de Paraty, onde existem pelo menos quatro núcleos: o de Tarituba, que reúne músicos, cantores e dançarinos(as) e os do centro de Paraty, que agregam músicos e cantores.


O JOGO INTERADOR
Os cegos. Mais um jogo destinado a contribuir para a melhoria das relações sociais. Vamos apresentá-lo em duas variantes. Na primeira, em duplas. O cego e o acompanhante. O acompanhante leva o cego para passear entre obstáculos. O professor que está orientando o jogo espera um tempo para o passeio e depois troca os papéis.

Na segunda versão as duplas trabalharão através de códigos. O professor orientador dirá: Todos devem caminhar pela sala. Acompanhantes atrás dos cegos vão dando nos ombros dos cegos toques que querem dizer o seguinte: Toque no ombro direito, vire à direita. Toque no ombro esquerdo, vire à esquerda. Toque nas costas do cego, ir em frente. Toque na cabeça, o cego deve parar. Quando todos tiverem experimentado a sensação de ser cego e acompanhante o professor encerra o jogo.

Ao encerrar o jogo interador (quando não houver tempo faça no dia seguinte), convide os alunos para aprender a cantar e a dançar a ciranda. Prepare as letras das músicas, ponha o CD na vitrola e em seguida conceda-lhes o prazer de cirandar. A ciranda de Paraty é muito simples. Uma fila de pares, como nas quadrilhas juninas se movimenta para frente e para trás. Três passos para frente e dois para trás, circulando pelo salão. Quando o puxador dos versos diz balanceia na ciranda vamos nós balancear a dama vai ao centro da roda e com as mãos na saia fica balanceando à frente do cavalheiro que, com as mãos para trás, também balanceia com os gestos mais curtos sempre olhando nos olhos da companheira. Quando o cantador disser: vamos dar a meia volta, volta e meia vamos dar acontece o entrelaçamento dos braços. Primeiro do braço direito, depois do braço esquerdo, como nas antigas rodas de cirandinha. Em seguida o cantador dará uma ordem para troca de par, mas quem se movimenta é o cavalheiro, indo para a dama que está à sua frente ou voltando para buscar a braço da que está atrás de acordo com as ordens do mestre que está puxando a ciranda.




A ATIVIDADE PLÁSTICA
Salpicados. Os salpicados fazem parte de um conjunto de técnicas de resultado fortuito. Podem ser executados com diversos instrumentos de transporte, sobre qualquer tipo de papel. É necessário lembrar às crianças alguns cuidados para evitar que, ao sacudir os instrumentos, fira os próprios olhos ou os das outras crianças. Para esta atividade tenha sempre por perto: tinta guache, anilinas escovas, pincéis, chumaços de gaze e algodão, peneiras de cozinha, papéis de quaisquer tipos, recipientes de boca larga para tintas e água. Em seguida sacuda, esparja, esfregue, misture, admire, avalie, critique, exponha, decore os espaços para a festa e chame o povo para dançar a ciranda que acabamos de aprender.