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DESENCOSTA DA PAREDE

DESENCOSTA DA PAREDE

QUE A PAREDE SOLTA PÓ
PEGA LOGO NOS MEUS BRAÇOS
QUE ESTA NOITE EU DURMO SÓ

VAI DE RODA, VAI DE RODA
DESENCOSTA DA PAREDE
QUE O SALÃO É MUITO GRANDE
PRA DANÇAR CANINHA VERDE

TROPEIRO SÓ FALA EM BURRO
CARREIRO SÓ FALA EM BOI
MOÇA SÓ FALA EM NAMORO
VELHO SÓ FALA O QUE FOI



NO LOMBO DAS MULAS, NOS CARROS DOS BOIS
Os belos versos que aparecem nas estrofes acima fazem parte de um folguedo chamado “cana-verde”, trazido pelos colonizadores portugueses e muito difundido em nosso país, durante o “ciclo” da cana-de-açúcar. Era no lombo dos animais que circulava a produção agrícola brasileira, uma forma de transporte ainda bastante utilizada em culturas que são desenvolvidas em terrenos íngremes como por exemplo a banana que é cultivada ao longo da serra-do-mar. Canta-se e dança-se a “cana-verde” em São Paulo, Espírito Santo, Goiás, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Sobre este assunto quem mais uma vez nos ajuda é a Enciclopédia da Música Brasileira (2003,144).

... em Parati, no Rio de Janeiro, existem dois tipos de cana-verde: a valsada de par e a marcada. Embora quase não difiram musicalmente, são dançadas de maneira distinta. Na primeira, aparecem pares enlaçados, como nas valsas, enquanto a cana-verde marcada mais se assemelha à quadrilha ou à ciranda com violeiros e pandeiristas cantando ao centro da roda formada por dançarinos.

No que se refere à indumentária, este folguedo de origem européia, guarda as mesmas características das vestes que servem à ciranda e aos bailes de chiba: homens com seus trajes típicos de trabalho e mulheres com saias de chita e blusa branca. Nos pés os homens usam sapato ou tamancos e as mulheres sandálias ou sapatilhas.


UM JOGO INTERADOR
João teimoso. Trata-se de um jogo muito utilizado pelos professores de educação física e de teatro. Além de relaxante, contribui para a melhoria dos níveis de afetividade, confiança e solidariedade.

Os grupos devem ter entre 4 e 6 pessoas dispostas em círculos. Um vai ao centro e os demais devem ficar bem próximos de si. Quem está no centro fica de olhos fechados, braços caídos e com os pés plantados no centro da roda, finge dormir balançando para um lado e para o outro. A responsabilidade de quem está na roda é não deixa-lo cair. Para que a atividade se torne mais interessante os companheiros que estão na roda devem todo o tempo ficar dando no João teimoso, pequenos toques de um lado para o outro. Os integrantes da brincadeira devem se alternar até que todos tenham experimentado a sensação de se entregar aos cuidados de seus companheiros.

Para o aprendizado da cana-verde, é melhor chamar logo um tropeiro ou um pescador que tenha ligações com o baile. Quando de todo por impossível faça você mesmo uma roda entremeando meninos e meninas e crie com eles uma coreografia a partindo da compreensão dos versos da canção. Para facilitar a vida da turma, o folguedo seguinte, por ter passos e movimentos mais simples, vem com as explicações necessárias e suficientes para que a montagem de qualquer trabalho que façamos sobre cultura pantaneira apresente bons resultados. Um certamente ajudará a compor os movimentos do outro.

UMA ATIVIDADE PLÁSTICA



Recortando e colando com Matisse. Siga a mesma linha da atividade plástica “Desenhando com Miro”. Tome cuidado na seleção das obras e, de início, evite as pinturas. Em seguida reúna as estampas das gravuras, primeiro as monocromáticas, depois complique um pouco. No lugar do gesto gráfico. Cole sobre folhas de papel A4, pedaços de papel colorido, para que estes funcionem com objetos estimuladores. Distribua entre as crianças e aguarde os resultados. É bom que as crianças vejam as colagens de Matisse, conheçam um pouco de sua história de vida e a importância de sua produção para a evolução da arte contemporânea.

Cada artista utiliza-se, na organização de seus trabalhos, dos símbolos de seu universo cultural. É importante que as crianças percebam nas abstrações ou nas figurações de Matisse as aproximações com os trabalhos de Volpi e de uma série de outros artistas do concretismo brasileiro, incluindo-se a produção do sincretismo religioso e da semiologia prática que narra a trajetória das culturas ameríndias. O que estamos propondo é que se pavimentem os caminhos para de novos trabalhos. Para esta atividade é bom ter à mão: livros de artes que exponham o trabalho de Matisse, tesouras, colas, papeis coloridos, papel A4. Depois observem, ouçam, recortem, colem, criem, não copiem simplesmente, avaliem, exponham.